Nasceu
em 22 de junho de 1902, no Sobrado Antunes Pereira (hoje Prefeitura Municipal).
Sobrado este construído por seu avô materno José Antunes de Oliveira, onde
residiu com seus pais – Olímpio Varela Pereira e Maria Magdalena Antunes
Pereira, juntamente com os irmãos (Maria Antonieta Pereira Varela, Vicente
Ignácio Pereira, Abel Antunes Pereira e Joana D´arc Pereira do Couto), em
Ceará-Mirim-RN. Foi casado com Odette Ribeiro Pereira.
Ruy Antunes Pereira frequentou o Grupo Escolar
“Barão e Ceará-Mirim”, a partir de 1915. Nessa época, a família mudou-se para e
Engenho Oiteiro.
Além dos estudos do Grupo Escolar “Barão de
Ceará-Mirim”, recebia aulas diárias com a experiência, a inteligência e a dedicação
da sua mãe. Entretanto, não o impedia de ser leitor assíduo de livros e
jornais, conhecendo os mais notáveis autores brasileiros e estrangeiros. Nesse
contexto, vale lembrar seus professores – Dr. Abner de Brito e a poeta Adele de
Oliveira.
Quando chegou ao engenho Oiteiro, o menino Ruy, com
apenas 13 anos, passou a ajudar os pais intensivamente. Ruy era responsável nas
madrugadas, na chamada aos operários, para o início da moagem, tendo,
inclusive, trabalhado como maquinista (pessoa responsável em abrir e fechar o
breque a vapor, para movimentar e parar as moendas), e, também, era exímio
limpador de garapa (caldo de cana) nos tachos ferventes, para melhorar a
qualidade do açúcar bruto. Já àquela época, era profundo conhecedor da
propriedade, identificando todos os partidos de cana pelo nome.
Graças ao seu trabalho, conseguiu erguer um bom
patrimônio, residindo sempre no seu “Mundo Encantado” (Engenho Mucuripe) onde,
com humildade, sem demonstrações de vaidades ou ostentações, conquistou a amizade,
o bem-querer e o respeito de todos os moradores.
Ruy Antunes Pereira dedicou-se ao trabalho até
meados de 1986, quando, pelo avançado dos anos, pela fadiga, entregou os
negócios ao filho Ruy Pereira Júnior. Mas, mesmo de longe, jamais deixou de
amar seu “Mundo Encantado”.
Em 1980, fez em cartório, um testemunho,
solicitando aos filhos que, ao haver plantado uma palmeira, ali gostaria que
fossem despejadas as suas cinzas. Desejo cumprido pela filha Denise e o genro
Arnaldo Gaspar, que levaram seu corpo para São Paulo onde foi cremado, aos 23
de abril de 1995, voltando as cinzas para o lugar desejado – a palmeira.
O Senhor de Engenho, descendente de ilustres
escritores do vale do Ceará-Mirim, dono de uma vasta cultura, deixou-nos, em
inúmeras cartas, um testemunho de bem-querer ao passado e aos seus entes mais
caros.
FONTE - SITE ACADEMIA CEARÁ-MIRINENSE DE LETRAS E ARTES “PEDRO SIMÕES NETO”